terça-feira, 5 de abril de 2011

A escassez da verdade

             Como exercer uma função sem o mínimo de recursos? Nós aqui de Alagoas passamos por mais um escancaramento nacional da falta de investimentos no estado, seguido intimamente pela falta de respeito ao cidadão. Diante de um incêndio que se alastrou pelo pavilhão do Artesanato no dia 02 de abril, os bombeiros tentaram conter as chamas, mas sentiram na hora mais incoveniente possível - ou talvez tenha sido a mais conveniente, servindo pra mostrar a situação caótica em que o estado se encontra - o quanto estamos distantes de um sistema eficiente. Faltou água no carro dos bombeiros. É isso mesmo. Absurdo!
           Desesperados e indignados com a situação, proprietários de lojas do pavilhão fizeram pronunciamentos um tanto quanto desmedidos. Entendo a indignação, até porque é inadmissível um corpo de bombeiros não estar suficientemente preparado para apagar os incêndios. Mas nem tudo é tão simples assim. Afinal, a culpa não é dos bombeiros. Eles só utilizam o que lhes é disponibilizado, não são detentores de super poderes. 

          No dia do incêndio foi feita uma entrevista com o Major Burity, carioca que trabalha há 16 anos no corpo de bombeiros, e nessa entrevista ele desabafa sobre a falta de equipamento, a falta de recursos, a negligência do estado em relação as condições de trabalho. 
         Mas como no Brasil a verdade que aperta o calo das grandes autoridades é sempre escondida...Major Burity foi preso! Mas preso por que? Por lutar pelos seus direitos como trabalhador e como cidadão? Por expor as péssimas condições de trabalho a que é submetido?

             Enquanto a ditadura não ficar realmente no passado e o trabalho decente não for valorizado nada vai mudar. É uma nação que gera filhos revoltados e que por não se orgulharem do país, provavelmente não farão muita coisa para melhorá-lo. Mas eu confesso que ainda tenho esperanças. E termino meu post de hoje com palavras do próprio Major Burity, tomando pra mim também o seu significado:

"Apesar das dificuldades, dos obstáculos, o amor a profissão tem que estar em primeiro lugar [...] o comprometimento com a causa."

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Aprender a ensinar

              Começar uma nova tarefa é sempre algo desafiador. Encarar um novo horizonte sem saber o que virá a cada novo passo nos dá um certo medo, uma insegurança... Para que executemos essas novas tarefas com maestria é necessário colocar esse medo de lado e encontrar segurança nos objetivos. Sim, nos objetivos. Nada melhor para alcançar algum objetivo do que focar na satisfação que terá ao alcançá-lo. Afinal, se compararmos isso a coisas simples do dia-a-dia, veremos quão verdadeiro é. Estudamos esperando uma boa nota, damos um presente esperando que a outra pessoa goste, comemos esperando 'matar' a fome', e assim por diante.

            Comecei agora como monitora de Histologia. A princípio fiquei meio assustada pelo fato de ter que monitorar turmas de outros cursos - Biologia e Medicina - e, por isso, ter que prestar auxílio sobre assuntos que não foram vistos da mesma forma que foram vistos por mim e pela minha turma. Mas como coisas difíceis tem um gostinho melhor no final, resolvi me deixar levar pelo sabor da nova experiência. Óbvio que não fico à toa, nem passo informações que eu não tenha certeza. Me preparo antes das aulas, mas sempre fica alguma dúvida. Entretanto, humildade faz parte do conhecimento. É saber perguntar, é saber ouvir, é saber aprender pra poder ensinar.